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domingo, 7 de maio de 2023

A realidade sobre os mitos e a verdade, dicas José Feda

O Mito e a Verdade nas Sociedades Africanas

Não é intenção minha dizer que o mito e a verdade nas sociedades africanas desempenham o mesmo papel, de forma alguma! Pois se o dissesse, estaria mentindo.

Desde a antiguidade existiram pontos que revelam os mitos. Lembre-se que a própria filosofia avançou dos mitos, se por exemplo, se revermos a questão da divindade, veremos como os povos primitivos traduziram a existência dos deuses, a título de exemplo a mitologia grega.

Ao longo do caminho, o tempo identificou alguns defensores convictos e os adversários ferozes sobre as questões ligadas ao mito e a verdade. Numa percepção negativa do mito, encontra-se suporte com o filósofo Xenófanes de Cólofon e outros seus homólogos que afirmaram em seus escritos que o mito é um discurso subversivo. A título de exemplo, “Aristóteles afirmou que o mito é uma narrativa estúpida, absurda”. E, Epícuro afirmou que mito é um recurso da superstição. Na ótica de Epícuro, o mito deve ser combatido impiedosamente, já que é prejudicial à saúde mental e física do homem.

Para os positivistas, como narram os rastros de Heródoto ao dizer que os mitos são discurso da verdade. Donde, através das suas histórias, ele se convence que não há contradição entre mito e razão. Através desta esfera, os seus defensores querem chegar a conclusão de que, de como pretende afirmar B. Malinowski, que o mito transcende a história, perscruta o passado, justifica o presente e prefigura o “devir” do homem e o seu próprio destino. No entanto, num sentido generalizado, na visão positivista, o mito convida o homem a se preparar para assumir o comando.

A questão que fica é a seguinte: nas sociedades africanas, qual é o papel do mito em relação a verdade?

O cantar do galo na mitologia africana quer dizer o anunciar do novo dia. Mas não quer dizer que, se o galo não cantar, um novo dia não vai existir. Ou por outra, é verdade que o canto do galo na aurora anuncia novo dia, mas não quer dizer que o galo canta somente nas manhãs, ou se este não cantar a realidade do dia e noite vai mudar. Em outras palavras não há conexão necessária entre o cantar do galo e o existir do novo dia.

Na sociedade Macua, as crianças são ensinadas a não mencionarem o nome do pai, isto porque, segundo o mito, trará consequências negativas na criança. Como por exemplo, a inflamação do joelho. Mas por detrás, a ideia básica pretende elevar a figura do pai como elemento sagrado, sendo que criança deve mostrar o respeito pelo pai até ao seu nome.

Contextualizando o conceito dos positivistas assim como dos negativistas, em relação a verdade, o mito tem seu papel na África. Entretanto, ele não é apenas uma ficção. Parece, no entanto ser da opinião dos positivistas, mas por um lado a questão do mito leva-nos a uma verdade que jazem escondida e que, para o africano não tem uma explicação racional.

Numa linguagem simples, o mito é em si uma parte da cultura. Entre a realidade factual (matéria tangível) e a realidade invisível (espiritual), o mito situa o “homem africano” no seu lugar (o da verdade), enquanto ele ao mesmo tempo  pode pensar.

Não é que  não haja necessidade de combater o mito, menos do que isso é relaxar enquanto a necessidade é a de amadurece-lo.

Mas reflita-se que, lutar pela extinção do mito, seria o mesmo que lutar contra essa parte que o africano desconhece. Apoiar o mito seria relaxar, ou em em outras palavras adormecer uma parte que vive em nós e que desconhecemos. O que é necessário é ir atrás do que se desconhece.

Eu ainda pergunto, qual é a necessidade de lutar contra o que é uma parte de nós? Só para no final revestir-nos doutra parte que não somos ou que não podemos ser? Pense-se neste caso, na seguinte simulação cientifica: o que acontece num individuo que recebe o sangue dum grupo incompatível ao seu?

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