No dia 19 do mês de Dezembro em 2023, acompanhei na edição do dia, no boletim informativo da rádio local, no distrito de Lalaua, um aumento muito preocupante de casos ligados ao suicídio. O manchete anunciou um aumento cerca de nove casos conhecidos, diferentemente do ano anterior em que se registara dois casos.
É isso, as pessoas suicidam-se! Mas, mais do que suicidar-se as perguntas são: porque elas optam por isso? Não seria melhor dar seguimentos dos problemas que os afectam e assim resolvê-los sem necessariamente suicidar-se? Não seria melhor procurar alguém para quem pudessem contar tudo o que está a passar na sua mente?
Estou longe de pretender julgar pessoas por optarem por um lado. As perguntas que aqui escrevi, não podem ser vistas como um mero julgamento, não! Eu simplesmente fiz as mesmas para mim, após escutar o triste noticiário e não tenho resposta até agora.
Em contrapartida, sei que sempre, em algum lugar existem profissionais abalizados para ajudar as pessoas com diferentes níveis de adoecimento mental. Além destes, partilhar os seus sentimentos para outra pessoa pode ser uma forma de evitar qualquer mal. Claro, se esse “outra” não for aquele tipo de pessoa que sempre julga.
Na verdade nos últimos anos, o suicídio tem atingido maiores proporções, Moçambique não se distancia dessa triste realidade. Os factores que impulsionam ao comportamento suicida são vários, talvez se começasse a listar escaparia sempre algum por aí. Mas em tudo, não se pode negligenciar a ideia de que “o suicídio geralmente se associa à um certo nível de adoecimento mental que leva a um intenso sofrimento na pessoa” (Cláudia, et. Al, 2012). Em outras palavras, para a formação da ideação suicida há sempre algum tipo de problema (seja social, económico, político, etc.) que apoquenta a mente, e nisso se faltar o devido acompanhamento acaba se concretizando.
Além do suicídio que é um dos lados mais escuro conduzido pelos problemas que apoquentam a mente, existe a depressão, trauma, emoções negativas e outras doenças que sem dúvida conduzem no indivíduo algum sofrimento físico enquanto provenientes do lado psíquico. Mais uma vez, Janeiro branco é uma oportunidade para recordar que: os problemas não bem resolvidos em nossa mente acabam se transformando em uma doença física. Talvez essa seja a resposta da pergunta inicial: quanto vale a sua saúde mental?