Etimologicamente Psicopatologia deriva de duas palavras Psykhé “alma” e Patologia “doença”. literalmente seria doença da alma. A Psicopatologia visa conhecer os fenómenos psíquicos patológicos
O termo Psicopatologia foi usado pela primeira vez no Tratado Médico e Filosófico sobre a alienação mental, publicado por Philip Pinel em 1809. Até o final do século XVIII o sofrimento mental ainda guardava relações com a noção de ‘desmesura’ da Grécia Antiga. No entanto, durante o período anterior ao século XVIII registou-se predominância da prática de isolamento como forma de tratamento dos que apresentavam alienação mental ou paixões violentas.
Com as pesquisas de Philip Pinel em 1809, houve um interesse em se aplicar estudos propriamente clínicos para pensar um tratamento do sofrimento mental que não estivesse subordinado ao relativo fatalismo das noções qualitativas que permeavam o pensamento Grego, assim como apareceu o interesse de romper com a ideologia religiosa que envolvia as manifestações do adoecer psíquico. Nesta época de florescimento de uma psicopatologia no campo da medicina psiquiátrica prevaleceu a tentativa de classificar e etiquetar as organizações psíquicas, dando privilégio à sintomatologia e à descrição do processo evolutivo das doenças.
Os autores Alvarez, Esteban e Sauvagnat na obra Fundamentos de psicopatologia psicanalítica, mostram que foi no início do século XIX que os médicos ousaram uma maior aproximação dos alienados e iniciaram um rigoroso processo de produção teórica sobre a classificação dos tipos de alienação mental. Estes autores lembram que já em 1798 Pinel havia contribuído enormemente para o nascimento da psicopatologia com seu texto Nosografia Filosófica ou Método de Análise aplicado à Medicina. Neste texto Pinel elaborou primeiramente a distinção de quatro grupos de alienação mental.
O primeiro grupo incluía a mania, melancolia, histerismo e hipocondria. A mania e a melancolia se tornaram alvo de muitos estudos de Pinel culminando na publicação do primeiro Tratado propriamente psiquiátrico. Este psiquiatra já desconfiava das suposições sobre lesões anatómicas como causa das alienações e se dedicou principalmente à dimensão apreensível dos sintomas. Estes sintomas passaram as ser definidos por um critério chamado de ‘lesões do intelecto ou da vontade’, em detrimento dos sintomas especificamente orgânicos. Apontou também para hipóteses sobre a possível hereditariedade das alienações e deu grande importância aos acontecimentos externos e às emoções violentas e exageradas como função de causa do sofrimento mental.