Atualmente uma das preocupações que suscita questões que, para alguns termina simplesmente na dúvida e para outros vai além da dúvida é: quem vai ganhar nas próximas eleições em Moçambique?
Como sabemos, já vão mais de vinte anos que o país é governado pelo mesmo regime político. Para ser sincero, desde os dias 27 e 29 de Outubro de 1994, ano em que o país introduz eleições multipartidárias pela primeira vez, nunca até então algum partido fora daquele que sempre esteve subiu ao trono para governar. As razões disto estar acontecer são inúmeras.
Neste artigo vou identificar 4 razões, não sobre quem vai ganhar nas próximas eleições em Moçambique, mas as que eu constatei como razões que contribuíram para os ganhos anteriores.
1. Medo de perder a posição social
Não se pode negar que até hoje há muitos cidadão que sobrevivem na custa da sua posição no partido. Da mesma maneira que a defesa por manter o pão lhes levaria a qualquer ponto, assim será no dia de eleições. Esta camada sabe que o dia em que o seu governo cair, vão cair igualmente milhares de regalias e oportunidades que possuem.
A razão que descrevemos acima se estende até à uma boa percentagem de funcionários públicos. Tristemente há cidadãos que não conseguem distinguir o governo do estado. São esses que pensam que se o partido cai, eles também cairão. E, por sua vez sacrificam-se servindo o partido a fim de alcançar alguma promoção.
No entanto, trata-se de uma realidade em que, o que é direito é visto como dever. Explico: ser promovido um funcionário para determinada função é direito seu, dependendo do seu bom desempenho como funcionário do estado, não no sentido contrário, quando é partido. Mas tristemente acontece que alguns pensam que, para ser promovido precisa mostrar bom desempenho no partido.
2. Regime de influência social e coação
Há influência social quando um certo indivíduo ajusta seu comportamento a fim de atender as demandas de um ambiente social. Muitas vezes as influências levam ao indivíduo à uma pressão para engajar-se aos seus pares.
Há quem diz que, em Moçambique uma boa parte indivíduos entram no partido para conseguir emprego. Isto porque há um tio, ou um familiar que tem boa posição no partido. Como pode se ver, ai esta a questão influência. Entretanto, as coisas não param por aí, aquele “tio” que deu espaço vai cobrar direta ou indiretamente o valor do emprego adquirido. É dai que entra a coação, infelizmente há pessoas que devem votar num partido para satisfazer ao “tio” que lhe “deu emprego”.
3. Pensamentos falaciosos sobre a libertação do país
Há que diz ainda que, Moçambique está livre do sistema colonial português graças a único partido. Este pensamento se multiplicou duma maneira que até hoje perdura. Se entrevistado, a um universo de 100 pessoas, só talvez 20 ou pouco menos pode dar uma resposta significativamente diferente da maior que pensa que o país foi liberto do sistema colonial português por um só partido. Mas esquece-se que foram as forças conjuntas de vários moçambicanos. Tristemente, até hoje há quem vota num partido por estar mergulhado nestes pensamentos.
4. Falta de senso sobre o futuro
Estamos numa época em que pensar do futuro, para alguns é questão de pouca importância. Pensa-se na maior parte que só o hoje importa. Comer hoje, viver hoje, dormir hoje, etc. Só isso importa.
Ligado ao pensamento acima, algumas pessoas se esquecem que ao depositar seu voto na urna, naquele dia determina a vida dos próximos 5 anos. Mas em contrapartida, seria esta oportunidade de rebuscar a vida do passado, olhar o presente para votar duma forma racional.
Outro ponto ligado a este é: alguns, como foi referenciado no primeiro ponto, votam no que lhes dá, como se diz no famoso gíria “no que lhe dá sal hoje”. Só que deixam detrás o sal dos seus filhos, aqueles que vão viver os efeitos do sal de hoje.
Não estava respondendo a questão, de quem vai ganhar nas próximas eleições. Simplesmente estava apontando alguns motivos que constituem pontos para um partido ganhar. Quero ouvir sua opinião: quem vai ganhar nas próximas eleições em Moçambique?
Sem comentários:
Enviar um comentário